sábado, 31 de outubro de 2009

MARINA SILVA - COPENHAGUE NÃO PODE SER UM FRACASSO

30/10/2009 - 12h10
Para Marina Silva, Copenhague não pode ser um fracasso anunciado

Por Celso Dobes Bacarji, da Envolverde

A senadora do PV cobra dos líderes políticos e da opinião pública internacional uma atitude capaz de gerar um acordo na COP-15 que permita atingir a meta de 2050.

O clima de pessimismo que vem se formando nas últimas semanas em relação aos resultados da Conferência de Copenhague não faz parte do discurso da senadora Marina Silva, que falou nesta quinta-feira (29/10), em São Paulo, no encontro realizado pela Serasa Experian, para apresentar seu novo produto, o Conformidade Ambiental, que fornecerá às instituições financeiras informações sobre a sustentabilidade de empresas e produtores rurais tomadores de empréstimos.

Para a senadora, não se pode “dar de bandeja a idéia de que a Conferência de Copenhague será um fracasso”. Ela admite que até agora o processo de preparação não avançou como seria necessário, mesmo assim prefere se manter otimista, para não adotar antecipadamente uma atitude conformista. “Os líderes políticos devem assumir uma atitude que possibilite sairmos de Copenhague com uma arquitetura que viabilize a contribuição dos países desenvolvidos necessária para atingir a meta de 2050, e dos países em desenvolvimento, na medida exata de suas emissões, que já representam hoje mais da metade do total”, disse.

Marina Silva acredita que a responsabilidade dos emergentes não é menor que a dos países desenvolvidos. “Se eles fizerem 100% do dever de casa e nós não fizermos a nossa parte não vamos fechar a conta”, alerta a senadora. Para ela, “este é o momento da a opinião pública internacional se manifestar para evitar que a 15ª Conferência seja um fracasso anunciado e conformado”. Marina lembra que a legislação sobre clima em tramitação no Congresso norte-americano sinaliza uma mudança na posição dos EUA, ainda que tímida. “Os EUA estão entrando no jogo do espaço multilateral e isso ajuda a fazer a diferença, no meu entendimento”, explica.

A senadora defende que o Brasil, vá para Copenhague comprometido não apenas com metas para o desmatamento, mas também para energia, agricultura e indústria. “É possível termos esses compromissos porque já temos o plano de combate ao desmatamento, que desde a minha gestão vem sendo implementado, com resultados significativos. No caso da agricultura é só utilizarmos práticas e tecnologias já disponibilizadas pela Embrapa e na área industrial temos o programa de eficiência energética, que é um primeiro passo”, diz ela.

Para Marina Silva o Brasil pode ir a Copenhague e liderar duplamente. Primeiro, junto aos países desenvolvidos, através de um constrangimento ético. “Se um país em desenvolvimento, com menos recursos, com menos tecnologias e grandes desigualdades sociais, que ainda precisam ser debeladas, é capaz de se comprometer com metas, porque não eles que têm emissões históricas, tecnologias e recursos e consequentemente mais obrigações em ralação às suas emissões”, observa.

Para liderar junto aos países emergentes, “precisamos parar de nos escudar no principio de responsabilidades comuns e diferenciadas como se não tivéssemos responsabilidade”. Para isso, conclui a senadora do PV, “temos de buscar formas adequadas de cumprir os acordos com os quais nos comprometemos, desassociando o nosso crescimento das emissões de CO2”. (Envolverde)

Foto: Aislan Guardia/Casadaphoto (Divulgação)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

DEGELO NO ÁRTICO

Aquecimento Global: Camada mais grossa de gelo do Ártico desapareceu, afirma especialista

A cobertura de gelo plurianual do Oceano Ártico desapareceu, um acontecimento surpreendente que tornará mais fácil abrir rotas de navegação polar, afirmou um especialista na quinta-feira (29).

Vastos mantos impenetráveis de gelo plurianual, que podem atingir 80 metros de espessura, bloquearam por séculos o caminho de navios em busca de uma rota mais curta pela mítica Passagem Noroeste do Atlântico ao Pacífico. Eles também impossibilitavam a ideia de navegar pelo topo do mundo.

Mas David Barber, da cátedra de Pesquisa em Ciência do Sistema Ártico da Universidade de Manitoba, no Canadá, disse que o gelo estava derretendo a um ritmo extraordinariamente rápido.

"Estamos praticamente sem o gelo marinho plurianual no Hemisfério Norte", disse ele numa apresentação ao Parlamento. O pouco que restou está retido contra o arquipélago ártico do Canadá, distante das possíveis rotas de navegação.

Os cientistas associam as temperaturas mais elevadas do Ártico e o derretimento do gelo marinho às emissões de gases que provocam o efeito estufa, causado pelo aquecimento global.

Barber acaba de voltar de uma expedição que procurava - e em boa medida não conseguiu encontrar - um banquisa gigante plurianual que deveria estar no Mar de Beaufort, na costa da cidade canadense de Tuktoyaktuk.

Em vez disso, seu navio quebra-gelo descobriu centenas de quilômetros do que chamou de "gelo podre" - camadas de 50 centímetros de espessura de gelo recente, cobrindo pequenos pedaços de gelo mais antigo.

"Eu nunca vi nada igual a isso em meus 30 anos de trabalho no alto Ártico... foi muito impressionante", disse ele.

"Do ponto de vista prático, se você quiser navegar pelo polo, se preocupa com o gelo marinho plurianual. Você não se preocupa com esse gelo podre que encontramos ao longo de 13 nós. É fácil navegar por eles."

Os cientistas se preocupam há décadas com o ritmo em que os mantos de gelo ártico estão recuando. Dados dos Estados Unidos indicam que a cobertura de gelo no Ártico em 2009 era a terceira menor da qual se tinha registro, depois de 2007 e 2008.

Um número crescente de especialistas acha que, até no máximo 2030, o Polo Norte não terá mais gelo durante os verões, pela primeira vez em um milhão de anos.

"Eu diria que, de uma perspectiva prática, nós temos um Ártico praticamente livre de gelo sazonalmente agora, porque o gelo marinho plurianual é a barreira ao uso e desenvolvimento do Ártico", afirmou Barber.

As empresas de navegação buscam se beneficiar das águas mais quentes. Este ano dois navios de carga alemães navegaram com sucesso da Coreia do Norte pela costa da Sibéria sem a ajuda de quebra-gelos.

Aquecimento 3 vezes mais veloz

O Ártico está esquentando três vezes mais rápido do que o restante da Terra, em parte por causa da reflectividade, ou o efeito do feedback albedo de gelo.

À medida que mais e mais gelo derrete, faixas maiores de água marinha escuras são expostas. Elas absorvem mais luz solar do que o gelo e provocam o aquecimento mais rápido da água, e, portanto, derretem mais gelo.

Barber afirmou que o gelo agora estava sendo derretido tanto pelos raios solares como pelas águas mais quentes abaixo.

"O Ártico é um indicador precoce do que podemos esperar numa escala global nas próximas décadas... Assim, devemos prestar atenção a isso com muito cuidado", disse Barber.

Fonte: Reuters

Data: 30/10/2009 06:06:06

DEGELO NO ÁRTICO

Aquecimento Global: Camada mais grossa de gelo do Ártico desapareceu, afirma especialista

A cobertura de gelo plurianual do Oceano Ártico desapareceu, um acontecimento surpreendente que tornará mais fácil abrir rotas de navegação polar, afirmou um especialista na quinta-feira (29).

Vastos mantos impenetráveis de gelo plurianual, que podem atingir 80 metros de espessura, bloquearam por séculos o caminho de navios em busca de uma rota mais curta pela mítica Passagem Noroeste do Atlântico ao Pacífico. Eles também impossibilitavam a ideia de navegar pelo topo do mundo.

Mas David Barber, da cátedra de Pesquisa em Ciência do Sistema Ártico da Universidade de Manitoba, no Canadá, disse que o gelo estava derretendo a um ritmo extraordinariamente rápido.

"Estamos praticamente sem o gelo marinho plurianual no Hemisfério Norte", disse ele numa apresentação ao Parlamento. O pouco que restou está retido contra o arquipélago ártico do Canadá, distante das possíveis rotas de navegação.

Os cientistas associam as temperaturas mais elevadas do Ártico e o derretimento do gelo marinho às emissões de gases que provocam o efeito estufa, causado pelo aquecimento global.

Barber acaba de voltar de uma expedição que procurava - e em boa medida não conseguiu encontrar - um banquisa gigante plurianual que deveria estar no Mar de Beaufort, na costa da cidade canadense de Tuktoyaktuk.

Em vez disso, seu navio quebra-gelo descobriu centenas de quilômetros do que chamou de "gelo podre" - camadas de 50 centímetros de espessura de gelo recente, cobrindo pequenos pedaços de gelo mais antigo.

"Eu nunca vi nada igual a isso em meus 30 anos de trabalho no alto Ártico... foi muito impressionante", disse ele.

"Do ponto de vista prático, se você quiser navegar pelo polo, se preocupa com o gelo marinho plurianual. Você não se preocupa com esse gelo podre que encontramos ao longo de 13 nós. É fácil navegar por eles."

Os cientistas se preocupam há décadas com o ritmo em que os mantos de gelo ártico estão recuando. Dados dos Estados Unidos indicam que a cobertura de gelo no Ártico em 2009 era a terceira menor da qual se tinha registro, depois de 2007 e 2008.

Um número crescente de especialistas acha que, até no máximo 2030, o Polo Norte não terá mais gelo durante os verões, pela primeira vez em um milhão de anos.

"Eu diria que, de uma perspectiva prática, nós temos um Ártico praticamente livre de gelo sazonalmente agora, porque o gelo marinho plurianual é a barreira ao uso e desenvolvimento do Ártico", afirmou Barber.

As empresas de navegação buscam se beneficiar das águas mais quentes. Este ano dois navios de carga alemães navegaram com sucesso da Coreia do Norte pela costa da Sibéria sem a ajuda de quebra-gelos.

Aquecimento 3 vezes mais veloz

O Ártico está esquentando três vezes mais rápido do que o restante da Terra, em parte por causa da reflectividade, ou o efeito do feedback albedo de gelo.

À medida que mais e mais gelo derrete, faixas maiores de água marinha escuras são expostas. Elas absorvem mais luz solar do que o gelo e provocam o aquecimento mais rápido da água, e, portanto, derretem mais gelo.

Barber afirmou que o gelo agora estava sendo derretido tanto pelos raios solares como pelas águas mais quentes abaixo.

"O Ártico é um indicador precoce do que podemos esperar numa escala global nas próximas décadas... Assim, devemos prestar atenção a isso com muito cuidado", disse Barber.

Fonte: Reuters

Data: 30/10/2009 06:06:06

terça-feira, 20 de outubro de 2009

COELHOS SÃO QUEIMADOS PARA GERAR BIOCOMBUSTÍVEL

ATÉ ONDE VAI A CRUELDADE HUMANA??


Coelhos estão sendo usados como matéria-prima para a produção de biocombustível para o aquecimento de casas na Suécia.
Os corpos de milhares de coelhos são queimados em uma usina de geração de energia na região central da Suécia.
Os animais vem da capital sueca, Estocolmo. A Prefeitura mata milhares de coelhos anualmente para proteger parques e campos na cidade.
As espécies de coelhos não são nativas da Suécia. De acordo com as autoridades, os coelhos sujam muitos dos espaços verdes da capital.
Como não há animais predadores de coelhos em Estocolmo, a Prefeitura contrata caçadores para matá-los.

Polêmica

Um dos caçadores, Tommy Tuvunger, disse ao site da revista alemã Spiegel que seis mil coelhos foram mortos no ano passado. Neste ano, três mil já foram caçados.
"Eles são um problema muito grande", diz Tuvunger. "Depois de mortos, os coelhos são congelados e, quando temos números suficientes, uma empresa vem e os leva."
Os coelhos são levados para a usina na cidade de Karlskoga, que os queima para fornecer energia para o aquecimento de casas.
Leo Virta, diretor da empresa Konvex, que fornece os coelhos para a usina, desenvolveu uma forma de processar os restos dos animais para a produção de biocombustível com financiamento da União Europeia.
Com a técnica, o corpo do coelho é esmagado, ralado e depois levado a uma caldeira, onde é queimado junto com pedaços de madeira e lixo para geração de calor.
"É um bom sistema, porque resolve o problema de lidar com o lixo animal e gera aquecimento", disse Virta à BBC.
O editor do jornal The Local, de Estocolmo, disse à BBC que a notícia do uso de coelhos para produção de biocombustíveis gera polêmica no país.
"Na cidade onde eles estão sendo queimados, a reação dos moradores é bastante calma", disse o editor James Savage.
"Mas em Estocolmo, existe a preocupação de que os coelhos são bonitinhos. Isso entre algumas pessoas, em especial ativistas de direitos animais, que pensam que esta não é uma boa forma de se tratar coelhos."


Fonte:

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4045215-EI8142,00-Coelhos+sao+queimados+para+gerar+biocombustivel+na+Suecia.html

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

15/10/2009 - 12h10
Diálogos Capitais: Copenhague será oportunidade para o Brasil

Por Neuza Árbocz*, para a Envolverde


As alterações no clima global não precisam mais ser medidas apenas com instrumentos científicos. Já chegaram aos noticiários das Tvs, que mostram extremos de secas e chuvas, descontrole no comportamento de espécies e cenas de desalento com derretimentos de geleiras nos polos e nas montanhas. Combater a aceleração deste processo de aquecimento global é vital para a a manutenção dos habitats humanos e para reduzir a extinção em massa de espécies em todo o planeta. O mundo precisa de um acordo global urgente e eficaz para enfrentar este desafio e os perigos que as mudanças climáticas representam, e o Brasil pode ter um papel de destaque na formulação das políticas públicas que vão balizar um novo padrão de economia, baseado em baixas emissões de carbono e mais solidária em relação aos problemas sociais.

Esta visão foi defendida pelos participantes do Diálogos Capitais “Na Rota de Copenhague – O Brasil e os compromissos para a construção de uma economia de baixo carbono”, realizado pela revista Carta Capital e pela Envolverde no dia 13 de outubro em São Paulo, com representantes do governo, do meio acadêmico, de empresas, de bancos e do terceiro setor.

Sérgio Barbosa Serra, embaixador extraordinário de Mudanças Climáticas do Itamaraty abriu o encontro salientando que há hoje dois ‘trilhos’ na abordagem deste problema. Um, mais específico, estabelecido pelo Protocolo de Quioto e o outro, mais geral, formulado pela Convenção Marco sobre Mudança Climática, assinada na ECO-92 por mais de 160 governos.

Os acordos estabelecidos pelo Protocolo vão até 2012 e prevê-se sua revisão e renovação na próxima Conferência da ONU sobre o Clima que acontece na Dinamarca, de 7 a 18 de dezembro próximo, a COP-15. A grande questão, como lembrou o embaixador é: “Os Estados Unidos estarão prontos para negociar nesta data?”, já que este país – o principal gerador de gases de efeito estufa entre os países desenvolvidos – negou-se, até o momento, a assumir metas definidas de redução de suas emissões.

Quanto ao Brasil, Barbosa garantiu que o país está disposto a abraçar metas ambiciosas de redução e ainda desempenhar um papel pró-ativo para que a reunião em Copenhague gere um resultado robusto, equitativo e orientado pela ciência.

Convivência fraternal no planeta

Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos e mediador da mesa matutina do Diálogo, lembrou ser essencial ter atenção com o que não se está discutindo em relação ao acordo climático. “Este é um assunto transversal, que requer o envolvimento de todos e negociações entre os povos pautadas na construção de uma convivência fraternal no planeta”, salientou.

Ele indaga se a crise traz a necessidade de mais intervenção dos governos junto ao setor produtivo. “As empresas pensam no longo prazo, com planos para 10, 20 anos. Assim, precisam de marcos regulatórios claros. Os riscos devem estar transparentes e o setor produtivo bem capacitado para seu planejamento”.

Young ressaltou ainda que os serviços de recomposição prestados pela Natureza estão sob ameaça e isto demanda uma governança global. Para ele, esta crise traz grandes oportunidades de construção de novos modelos de desenvolvimento. “As empresas, contudo, precisam de decisões corretas dos governos para construí-los”, afirmou.

Sérgio França Leão, diretor de Meio Ambiente da empresa Odebrecht concordou que as mudanças dos modos produtivos precisam ser facilitadas por legislação adequada e mecanismos eficientes. “A Sustentabilidade está na Agenda das empresas. Quem não olhar para isto, pode estar, em breve, excluído do mercado”, comentou.

Crédito e economia responsáveis

Sérgio Weguelin, superintendente da área de Meio Ambiente do BNDES, acrescentou que as condições naturais do Brasil e, em particular, suas florestas, significam para o País, um potencial gigantesco de desenvolvimento de uma nova economia. “O mundo em 10 anos será outro. Quer queiramos ou não, novas tecnologias e o consumo consciente tomarão o cenário. Temos que assumir: o desafio de aliar esta transformação com desenvolvimento e preservação dos recursos naturais é nosso. É importante acordarmos e estarmos juntos buscando soluções”, disse o profissional.

Ao ser indagado sobre a responsabilidade do Banco em financiar atividades que causam danos ambientais, Weguelin esclareceu que o BNDES está empenhado na elaboração de guias ambientais de referência para todos os setores produtivos. “Estes guias orientarão os analistas do Banco na concessão – ou não – de crédito”, disse, observando: “Bancos não elaboram projetos, mas podem influir para que empreendimentos responsáveis surjam, através de fundos específicos, por exemplo”.

Virgílio Viana, diretor da Fundação Amazonas Sustentável - FAS, acrescentou que é preciso fazer com que os biomas conservados tenham valor. “A criação de um sistema de pagamento por serviços ambientais precisa estar na agenda política e na prioridade de lideranças políticas”, defendeu.

Viana explicou que o desmatamento é um problema com origem econômica e que projetos geradores de renda com produtos florestais são mais lucrativos do que a derrubada de árvores para madeira, pasto ou agricultura extensiva. Com a atuação da Fundação junto a comunidades caboclas do Amazonas, conseguiu-se, por exemplo, triplicar o preço pago por uma lata de castanhas – de R$ 4,00 para R$ 12,00.

“Isto com a construção de um paiol para seu armazenamento e a estruturação de um centro de escoamento”, detalhou. Da mesma forma, o óleo de andiroba – árvore nativa da floresta amazônica – passou de R$ 6,00 para R$ 22,00. “Manter as florestas de pé é mais interessante para o Brasil”, concluiu.

Transferência de tecnologias


Todos participantes apontaram que as negociações sobre o clima são uma grande oportunidade para o Brasil. Elas abrem espaço para melhorar condições de vida, valorizando recursos naturais e conhecimentos e habilidades que as populações tradicionais possuem.

Além disto, o Brasil pode desempenhar um papel importante transferindo tecnologia para outros países terem um desenvolvimento sustentável. Isto já vem ocorrendo com o etanol e o biodiesel, por exemplo. “O etanol brasileiro é viável, pois é obtido com cana-de-açúcar, o que dá uma proporção de 1 unidade de energia fóssil equivalente consumida para 8 produzidas”, explicou o professor José Goldemberg, doutor em Física e ex-reitor da USP, também presente no Diálogo.

Goldemberg detalha que a cana pode ser vista como ‘energia solar liquefeita” e que o Brasil poderá gerar de 7 a 8 milhões de quilowatts com o bagaço da cana. Este é apenas um exemplo do potencial de energias renováveis do País. Ainda temos a eólica, a solar, e alternativas como a mamona e o dendê, destacados também por outros convidados, como Ana Julia Carepa, atual governadora do Pará e João Norberto Noschang Neto, gerente de tecnologia da Petrobras Biocombustível.

A governadora Ana detalhou que o dendê recebe críticas na Ásia, pois ali ocorre desmatamento para seu plantio. “No Pará, temos terras para recuperar disponíveis para este cultivo”, destacou, apontando um projeto da empresa Vale que movimentará suas locomotivas exclusivamente com óleo de dendê, até 2014, em parceria com a Biopalma.

Contudo, acrescentou: “A Amazônia não pode mais servir apenas como fornecedora de matérias-primas para as regiões ditas ‘desenvolvidas’. Além de combate e controle, temos que criar alternativas econômicas com a floresta de pé para conter o desmatamento e recuperar as matas. Chega de simplesmente mandar desenvolvimento para fora”.

Somos capazes

Dal Marcondes, jornalista mediador da mesa da tarde, lembrou outros estudiosos, como Ignacy Sachs, que provam como a bioeconomia fará uma diferença fundamental. Ele declarou acreditar na capacidade empreendedora humana para resolver os problemas postos.

Concordou com ele, Linda Murasawa, superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Grupo Santander Brasil. Hoje, o risco do planeta é enorme pela dependência do petróleo – um bem finito. “Para administrá-lo, são necessárias outras fontes de energia, como a biomassa, campo em que o Brasil está na frente”, disse. Ela lembrou também que a construção de uma economia de baixo carbono só é viável se promover a inclusão social e a geração de renda e citou como experiência bem-sucedida a iniciativa do grupo “Poupança Florestal”, que beneficia 17 mil famílias do Rio Grande do Sul,

Houve um consenso de que o modelo capitalista atual está em transição. “Precisamos de mais apoio ao desenvolvimento local e dar acesso amplo e gratuito ao conhecimento”, alertou Ladislau Dowbor, economista e professor da PUC-SP, bastante preocupado com a aceleração da pressão das atividades humanas sobre o planeta. Dowbor lista em seu site, 89 propostas práticas, para ampliação do poder local, gerando soluções a partir dos municípios.

Estabelecer novos modelos requer novas formas de pensar e interagir. “Temos que ter muita paciência e sapiência para lidar com todo nosso potencial”, observou João Norberto. Questionado sobre a validade e o impacto da exploração do petróleo na camada pré-sal, esclareceu: “Estamos há mais de 10 anos pesquisando biocombustíveis e um novo sistema nesta área requer muitos estudos, estratégia e recursos. O pré-sal gerará a riqueza necessária para a transformação, com qualidade e eficiência”. (Envolverde)


(Agência Envolverde)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

INVESTIDA CONTRA O PROTOCOLO DE KYOTO

PAÍSES RICOS INVESTEM CONTRA O TRATADO DE KYOTO

CLAUDIO ANGELO
enviado especial da Folha de S.Paulo a Bancoc


A tentativa dos países ricos de extinguir o Protocolo de Kyoto causou celeuma ontem nas negociações sobre aquecimento global das Nações Unidas em Bancoc, com alguns países em desenvolvimento ameaçando abandonar as conversas. O racha pode colocar em risco o próximo acordo do clima, que será negociado em Copenhague, em dezembro.
O estopim da confusão foi um documento apresentado ontem à tarde (madrugada em Brasília) no grupo de trabalho que discute redução de emissões até 2020.
Segundo Kevin Conrad, negociador de Papua-Nova Guiné, o documento "borrava a distinção" entre países ricos (com metas obrigatórias de corte por Kyoto) e pobres (que devem apresentar só desvios na sua trajetória de aumento de emissões).
Os países do chamado Grupo dos 77 (que reúne o Terceiro Mundo) viram no documento um golpe contra Kyoto e ameaçaram abandonar a reunião. O Brasil não fez menção de interromper as discussões, mas o negociador-chefe do país, Luiz Alberto Figueiredo Machado, pediu para que a imprensa ganhasse acesso às reuniões, que em geral são fechadas.
O objetivo é expor o que os países pobres vêm chamando de "sabotagem" dos ricos, para acabar com Kyoto. No final da tarde, outro documento apresentado numa reunião -fechada- dividia a redução de emissões em três partes: as dos países desenvolvidos, as dos em desenvolvimento e as "gerais".
No item "mitigação geral" consta a frase "agendas nacionais", que, segundo o embaixador extraordinário para Mudança Climática do Brasil, Sérgio Serra, é a senha para implodir o pacto de Kyoto.
"Agendas nacionais" são uma proposta feita pela Austrália para que as ações de corte de gases-estufa sejam feitas por meio de políticas nacionais, ajustadas segundo as condições de cada país e sem necessariamente uma meta de corte preestabelecida. A ideia conta com a simpatia dos EUA e do Japão.
A União Europeia, apesar de defender Kyoto, não quer que os EUA desistam, pois o país é historicamente o maior poluidor do planeta. "O problema é quererem acabar com o protocolo com duas semanas de negociação pela frente antes de Copenhague, sem texto para pôr no lugar", disse Serra.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u635265.shtml

CHOCOLATES GAROTO NA LISTA VERMELHA DOS TRANSGÊNICOS

CHOCOLATES GAROTO CONTINUA NA LISTA VERMELHA
DOS TRANSGÊNICOS


Parece que quanto mais esclarecemos e brigamos com relação a questão dos transgênicos no Brasil, nosso governo ignora e, numa atitude irresponsável, libera cada vez mais a plantação de Alimentos Geneticamente Modificados no nosso Brasil.
E, cada vez mais, empresas e mais empresas não assumem o compromisso com a nossa população de serem transparentes quanto a esse assunto.

Já temos empresas que assumem que trabalham com matéria prima transgênica, como é o caso da BUNGUE. Produtos como o óleo de soja Soya e Lisa já assumiram isso publicamente, mas o perigo maior está com as empresas que compram de fornecedores da linha de transgênicos. Ou seja, embora a empresa se declare não produzir alimentos transgênicos, os seus fornecedores são duvidosos e o simples controle de tais empresas na tentativa de barrar matérias primas trasngênicas não é considerado seguro.

No nosso estado temos o exemplo da Chocolates Garoto. Apesar da empresa declarar que não produz alimentos transgênicos, sua matéria prima provêm de empresas dessa linha. Por algumas vezes a Chocolates Garoto se manifestou afirmando que exerce um controle para evitar que matéria prima transgênica seja utilizada na sua linha de produção, mas esse controle é não é totalmente seguro.

Por esse motivo a Chocolates Garoto integra hoje a Lista Vermelha dos Transgênicos, que traz uma relação de empresas que se, teoricamente, não produzem alimentos transgênicos mas podem oferecer alimentos contaminados por matéria prima duvidosa.

Hoje, a Hersheys que figurava em tal lista, assumiu o compromisso de não trabalhar com matéria prima duvidosa e hoje sobe para a Lista Verde dos Alimentos Não Transgênicos.

Quem desejar a LISTA COMPLETA DE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS, pode retirá-la no link:
http://www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/consumidores/guia-do-consumidor-2

CARNE BRASILEIRA COM CHEIRO DE FLORESTA QUEIMADA

A PECUÁRIA E AS NOSSAS FLORESTAS


http://www.superartigos.com/meio-ambiente/carne-brasileira-com-cheiro-de-mata-queimada.html

Em 16 de Junho de 2009 um artigo trazia a seguinte notícia: “MP Associa Consumo de Carne ao Desmatamento da Amazônia”.

O que muitos não querem enxergar é que a pecuária é hoje o principal responsável pelo desmatamento de florestas no nosso país. Até a década de 90 o Brasil produzia carne suficiente apenas para alimentar o mercado interno. Mas de 1990 para cá as cabeças de gado aumentaram em proporções alarmantes e, segundo algumas estimativas, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial, com 1,9 milhões de toneladas por ano (2). Entre os seus maiores clientes temos o Reino Unido, a Rússia, o Egito e o Chile (3). E é a floresta amazônica quem mais sofre com a pecuária no Brasil. Essa região é responsável por 80% da produção de carne no Brasil (4). Um outro dado preocupante mostra que, devido a expansão da produção de carne na Amazônia, o escravidão no Brasil quintuplicou em 10 anos (5). Estima-se que cerca de 25.000 escravos trabalhem na região, pessoas que são trazidas de milhares de milhas, longe de suas terras natais, são forçadas ao trabalho escravo e à aquisição de mantimentos a preços inflacionados nas lojas dos fazendeiros, ficando assim em dívida permanente (6) – Dados de 2002 à 2005.

Antes do MP se manifestar sobre esse polêmico tema, tínhamos apenas relatórios como resultados de estudos desenvolvidos por ONG’s, mas geralmente não eram levados tão à sério pela população e, muitas vezes, ignorado pelo nosso governo. Uma dessas ONG´s, o Greenpeace, após três anos de investigações concluiu um estudo que mostra que a indústria da pecuária nacional é a maior responsável pelo desmatamento da Amazônia. Segundo o documento, marcas de produtos conhecidos contribuem involuntariamente para esse processo. Esse relatório chamado de Farra do Boi mostra como nosso governo fecha os olhos para o problema que afeta diretamente a região amazônica. Apesar do nosso governo ser o responsável por zelar pela preservação da nossa floresta, colabora diretamente com a destruição da mesma ao destinar recursos do BNDES para o financiamento de negócios ligados ao setor da carne.

Tristemente o nosso Brasil é o quarto maior emissor mundial de gases do efeito-estufa (GEE), e isso deve-se ao desmatamento e as constantes queimadas na Amazônia. Dados recentes nos mostram que 20% das emissões globais de GEE são resultado da destruição das florestas tropicais. Ou seja, zerar o desmatamento seria a maneira mais rápida e mais econômica de combater as mudanças climáticas e proteger a biodiversidade.

Mas o principal desafio seria combater os vetores econômicos de desmatamento nas áreas de expansão das fronteiras agrícolas, como a Amazônia. Essa dificuldade também já foi identificada pelo próprio Banco Mundial

A população poderia ajudar muito se já comprasse essa briga, deixando de consumir produtos ligados ao negócio da carne. Infelizmente nossa cultura baseada na idéia de que a carne seria o alimento ideal e na satisfação do prazer no consumo desse tipo de alimento (uma demonstração clara de quanto o ser humano é egoísta) levam a um consumo cada vez maior e fazem a alegria de toda a indústria que gira em torno desse negócio monstruoso e devastador. Segundo a ONU o Brasil peca por não incluir o custo ambiental no preço da carne produzida aqui. Se isso acontecesse, os preços não seriam interessantes,na verdade seriam até inviáveis e não haveria consumo. E o brasileiro, com isso, não percebe que essa carne vendida no nosso país e exportada para os outros países vem com Cheiro de Floresta Queimada.

Teremos entre os dias 07 e 18 de Dezembro, a Convenção do Clima de Copenhague, na Dinamarca. Essa será a melhor oportunidade para os governos de todos os países do mundo estabelecerem metas para a redução drástica das emissões de GEE. Mas para o sucesso desse acordo as ações para minar os vetores econômicos do desmatamento e destinar recursos para o combate do mesmo devem estar entre as prioridades do mesmo .


(1) Dan Buglass, Brazil on alert after foot and mouth case. The Herald, 12 Outubro
2005.

(2) (2) The Meat and Livestock Commission, ibid.

(3) (3) David Kaimowitz, Benoit Mertens, Sven Wunder e Pablo Pacheco, Hamburger
Connection Fuels Amazon Destruction: Cattle ranching and deforestation in Brazil’s
Amazon. Center For International Forestry Research, 2004.
http://www.cifor.cgiar.org/publications/pdf_files/media/Amazon.pdf

(4) (4) ibid.

(5) (5) Larry Rohter, Brazil’s Prized Exports Rely on Slaves and Scorched Land. The
New York Times, 25 Março 2002.


ALERTA - O QUE VOCÊ COMO PODE SALVAR O PLANETA


Na semana do Dia Internacional da Alimentação, dia 16 de outubro, o Greenpeace vai às ruas de sete capitais e de Brasília para conversar com a população sobre os impactos da nossa alimentação no clima do planeta. O nosso cuidado com o meio ambiente pode começar pela alimentação. Quando escolhemos alimentos livres de transgênicos, peixes que não correm risco de extinção e exigimos que a nossa carne não venha de áreas desmatadas, estamos ajudando a cuidar do meio ambiente.

Para levar essas idéias ao debate de uma forma lúdica, interativa e divertida criamos o “Jogo da Alimentação”.

Venha jogar com a gente.
O que você come pode salvar o planeta.




São Paulo

Dia 16/10 (sexta-feira)
Mercado Municipal, das 10 às 16 horas

Dia 17/10 (sábado)
Feira orgânica parque Água Branca, das 7 às 12 horas
Mercado Municipal, das 10 às 16 horas

Dia 18/10 (domingo)
Feira orgânica parque Água Branca, das 7 às 12 horas
Mercado Municipal, das 10 às 16 horas


Rio de Janeiro

Dia 16/10 (sexta-feira)
Norte Shopping, das 14 às 18 horas

Dia 17/10 (sábado)
Quinta da Boa Vista, das 10 às 17 horas

Dia 18/10 (domingo)
Praia do Leblon (em frente ao Baixo Bebê), das 9 às 17 horas


Porto Alegre

Dia 16/10 (sexta-feira)
Mercado público – área externa na praça XV, das 9 às 17 horas

Dia 17/10 (sábado)
Feira Orgânica da José Bonifácio – 20 anos de feirinha, das 8 às 12 horas

Dia 18/10 (domingo)
Parque da Redenção, das 9 às 12 horas
Gasômetro, das 14 às 17 horas


Recife

Dia 16/10 (sexta-feira)
Pracinha da Boa Viagem, das 15 às 19 horas

Dia 17/10 (sábado)
Parque da Jaqueira, das 9 às 18 horas

Dia 18/10 (domingo)
Zoológico Alto da Sé – Olinda, das 8 às 12 horas e das 15 às 19 horas


Manaus

Dia 16/10 (sexta-feira)
Praça de alimentação do Tocantins, das 19 às 21 horas

Dia 17/10 (sábado)
Praça de alimentação do Eldorado, das 19 às 21horas

Dia 18/10 (domingo)
Feira Eduardo Ribeiro, das 8 às12 horas


Belo Horizonte

Dia 16/10 (sexta-feira)
Mercado central, das 10 às 15 horas

Dia 17/10 (sábado)
Feira Tom Jobim, das 9 às 16 horas

Dia 18/10 (domingo)
Parque Ecológico da Pampulha, das 8 às 16 horas


Salvador

Dia 16/10 (sexta-feira)
Centro Universitário FIB, das 15 horas às 21 horas

Dia 17/10 (sábado)
Supermercado GBarbosa (Costa Azul), das 9 às 12 horas e das 14 às 17 horas

Dia 18/10 (domingo)
Parque de Pituaçú, 8 das horas às 11 horas


Brasília

Dia 16/10 (sexta-feira)
Parque Olhos D`Água, das 16 às 19 horas

Dia 17/10 (sábado)
Torre de TV, das 9 às 12 horas

Dia 18/10 (domingo)
Parque da Cidade, das 9 às 12 horas

APPLE E HP SE DESTACAM NO RANKIG VERDE DO GREENPEACE

11/10/2009 - 11h00

Apple e HP se destacam em ranking "verde" do Greenpeace

A Apple e a HP foram os destaques na 13ª edição do Greener Electronics Guide (guia de eletrônicos mais verdes), lista da organização ambientalista Greenpeace que analisa a qualidade dos produtos do ponto de vista ambiental.

Com 4,9 de 10 pontos possíveis, a Apple passou da 11ª para a 9ª posição, sendo apontada como a fabricante que mais avançou na remoção de substâncias tóxicas em seus produtos. Mas, segundo o Greenpeace, a empresa de Steve Jobs ainda pode melhorar nas questões de energia e lixo eletrônico.
Apesar de permanecer no 14º lugar, com 4,5 pontos, a HP também recebeu destaque por ter lançado seu primeiro produto livre das substâncias tóxicas BFR (retardadores de chama bromados) e PVC (plástico polivinílico).
O Greenpeace havia feito protestos na frente de escritórios da HP por conta da demora da empresa para eliminar essas substâncias.
O primeiro lugar da lista, atualizada trimestralmente, continua com a Nokia, que se destaca em redução de uso de substâncias tóxicas, energia e reciclagem. A empresa finlandesa atingiu 7,5 pontos.
Com 6,9 pontos, a Samsung ficou em segundo lugar.
A Nintendo melhorou sua pontuação para 1,4, mas segue na última posição --segundo a organização ambientalista, a emissão de gases-estufa da fabricante de videogames continua a crescer.
Lenovo, com 2,5 pontos, e Fujitsu, com 2,7, ficaram em penúltimo e antepenúltimo lugares, respectivamente.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u636289.shtml