sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Oléo atinge área ambiental no Espírito Santos
O óleo se espalhou por uma faixa de seis quilômetros da praia, no auge do período reprodutivo da tartaruga-de-couro, também conhecida como tartaruga gigante, a mais ameaçada de extinção. Cerca de 80 homens trabalharam durante o dia para limpar a região - foram recolhidas duas toneladas de areia e dois mil litros de "água oleosa", segundo dados do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema).
"A maré está baixa, e o óleo não atingiu a região dos ninhos. O risco imediato será para as tartarugas adultas que saírem do mar para depositar seus ovos", afirmou o biólogo Beto Schneider, do Projeto Tamar, de preservação das tartarugas marinhas. Praias da região de Comboios e Povoação - outros dois pontos de desova dessa espécie e da tartaruga cabeçuda - ainda não haviam sido atingidas.
O terminal da Transpetro fica em frente ao município de São Mateus. Uma monoboia a cerca de quatro quilômetros da costa faz o abastecimento dos navios. Nesse procedimento, houve o vazamento, segundo informações do diretor-técnico do Iema, Fernando Aquinoga.
O vazamento chegou a ser contido com boias na terça-feira, mas o vento sul levou a corrente para a direção de Linhares, município em que fica a Praia de Degredo. "A situação está controlada. A área de Degredo é sensível, tem uma restinga bastante preservada, que nos preocupou muito no primeiro momento, mas o controle e a limpeza foram eficientes", afirmou Aquinoga.
O órgão está preparando relatório do impacto ambiental causado pelo acidente para definir a multa que a Transpetro terá de pagar. Em outubro, a subsidiária já havia sido autuada e multada em R$ 200 mil pelo Iema por contaminar a água e a areia de Praia Barra Nova, em frente ao TNC, em São Mateus.
De acordo com a Transpetro, não houve falha na operação, mas as causas do acidente ainda serão investigadas.
Fonte: Diário do Pará / Agência Estado
Data: 26/11/2009 05:18:45
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Imazon detecta desmatamento de 194 km² na Amazônia Legal em outubro
O índice teve um aumento de 90% em relação a outubro de 2008, quando o desmatamento registrado foi de 102 km². Ao mesmo tempo, houve queda de 10% em relação a setembro deste ano, quando foram localizados 216 km² de floresta desmatada.
O estado com mais devastação em outubro é o Pará (45%), seguido de Mato Grosso (22%) e Rondônia (13%). Somados, os três representam 80% do total
desmatado. Depois vêm Amazonas (9%), Roraima (6%), Amapá (3%) e Acre
(2%).
Em relação a situação fundiária, a maioria (83%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. O restante foi registrado em assentamentos de reforma agrária (4%), unidades de conservação (9%) e terras indígenas (7%).
Os municípios mais desmatados foram São Félix do Xingu (PA) com 12
km², seguido de Óbidos (PA) com 7,7 km² e Feliz Natal (MT) com 6,7 km². Graças à pouca cobertura de nuvens, que comumente atrapalha o monitoramento da floresta, foi possível checar 87% da Amazônia Legal no mês.
Fonte: Globo Amazônia
Data: 26/11/2009 05:21:36
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Assassinos do “cão de Quintão” vão a julgamento
Há chance de prisão para os jovens que mataram animal a pauladas e gravaram a crueldade. Abaixo-assinado da ARCA Brasil pode fazer a diferença
“Maus-tratos aos animais no Brasil não dão em nada”. Felizmente a frase que simboliza a falta de esperança de quem denuncia injustiças contra os bichos torna-se, aos poucos, falsa. Um levantamento feito pela ARCA aponta pelo menos 15 casos de condenação de atos de agressões contra animais no país, a maioria deles nos últimos 4 anos (veja o quadro). Este número até pode ser considerado elevado se levarmos em conta que até então as ocorrências terminavam em acordos entre as partes, antes mesmo do julgamento (transação penal).
No emblemático caso do “cão de Quintão”, a promotoria não cedeu e o julgamento está com data marcada: nove de março de 2010. “Fizemos o possível juridicamente para os jovens não receberem os benefícios. Assim, não houve impedimento do processo criminal.”, explica Ricardo Schinestsck, promotor de Justiça de Palmares do Sul responsável pelo processo. Para ele, chegar a essa etapa já é uma conquista: “Não temos as instituições para fazer cumprir a lei, daí a importância de conquistar essa jurisprudência [seqüência de decisões jurídicas com uma mesma tendência]”.
As assinaturas colhidas pela ARCA Brasil farão parte da argumentação de Schinestsck durante o julgamento. Com base em sua exposição, assim como a do advogado de defesa, o juiz irá formar uma sentença, e, caso haja condenação, decidirá qual a gravidade da pena.
“A singularidade desse caso está justamente em seu potencial de exposição. É inaceitável que pessoas produzam e veiculem esse tipo de filme – assassinato de um animal indefeso aos risos – em uma rede social”, desabafa Marco Ciampi, presidente da ARCA Brasil. De acordo com ele as imagens, associadas à falta de punição podem aumentar a violência contra os animais. “Não podemos deixar isto acontecer impunemente. É preciso mostrar ao sistema judiciário que queremos os acusados na cadeia. Por isso precisamos do maior número de assinaturas possível.”, complementa.
O promotor receberá as assinaturas recolhidas pela ARCA Brasil em dezembro. O número coletado até agora já equivale a um terço da população de Balneário Quintão, onde o crime aconteceu, com 12 mil habitantes. O caso chegou a criar alarde internacional e até entidades de Buenos Aires entraram em contato para saber como o processo será desenrolado.
Acredite! Podemos fazer esse número tornar-se ainda maior! Repasse a todos os seus contatos agora mesmo: o resultado deste julgamento poderá influenciar decisões futuras em outros casos de maus-tratos.
A ARCA Brasil acredita que as vitórias nos tribunais merecem nosso apoio para que se tornem cada vez mais freqüentes e a legislação se fortaleça. Por isso preparamos esse importante levantamento, com condenações baseadas no artigo 32 da Lei nº 9605, que proíbe "Praticar ato de abuso e maus-tratos à animais domésticos ou domesticados, silvestres, nativos ou exóticos ":
Casos de condenações: 01) Abandono (Florianópolis, SC – 2003) Acusação: abandonar um poodle em uma grande avenida. ----------------------------------------------------------------------------- 02) “Serial Killer” (Recife, PE - 2005) Acusação: envenenamento de 20 gatos e um cachorro pertencentes à sua vizinha, Lindalva Barros da Silva, que passou a suspeitar do matador desde 1998, quando ocorreu a primeira morte. Após suas denúncias, a polícia passou a investigar. ----------------------------------------------------------------------------- 03) Vai pra cadeia por matar cachorro (Almirante Tamandaré, PR - 2006) Acusação: envenenar “Pisco”, cachorro da raça basset, que pertencia a seus vizinhos Marcelo dos Santos e Maria Letícia Mendonça Furtado. ----------------------------------------------------------------------------- 04) Justiça condena dois por maus tratos (São Vicente – SP – 2006) ----------------------------------------------------------------------------- 05) Mutilou cachorro (Bocaiúva, PR - 2006) Acusação: Claudinei S. Viana mutilou um cão conhecido como Falcão, cortando-lhe as duas patas traseiras por suspeitar que o animal houvesse comido algumas de suas galinhas. ----------------------------------------------------------------------------- 06) Cadela Preta (Pelotas, RS - 2007) Acusação: Cunha Neto era o réu contra quem pesava a acusação mais forte, no processo aberto em 2005, denunciado por ser um dos responsáveis pela morte da cadela Preta e como proprietário e motorista do carro que arrastou o animal pelas ruas do Centro de Pelotas, em 9 de março daquele ano. ----------------------------------------------------------------------------- 07) Condenado por abandonar Lilica (Bauru, SP - 2007) ----------------------------------------------------------------------------- 08) Condenado criminalmente por surrar cachorro (São Gabriel, RS - 2007) ----------------------------------------------------------------------------- 09) Matou o próprio animal (Feira de Santana, BA - 2007) ----------------------------------------------------------------------------- 10) Justiça gaúcha condena carroceiro por maltratar cavalo (Porto Alegre, RS - 2007) Acusação: agressão a cavalo forçado a puxar uma carroça com excesso de peso. Conforme a denúncia do Ministério Público, o carroceiro atingiu a cabeça e a cara do animal com um facão. Ele foi levado à delegacia por um policial que passava no local. O relator do recurso, juiz Alberto Delgado Neto, destacou que a existência do fato e a sua autoria ficaram comprovadas pela prova testemunhal e pelo boletim de ocorrência. “Houve consciente e evidente prática de maus tratos a animal domesticado, que inclusive estava muito debilitado em função das agressões desmedidas praticadas pelo réu, conforme depoimento do policial militar”. ----------------------------------------------------------------------------- 11) Agressão a felino (Taubaté, SP - 2007) Acusação: O estudante do curso de Direito teria agredido a gata que dormia próximo ao portão de sua casa em novembro de 2006. ---------------------------------------------------------------------------- 12) Envenenou cão do vizinho (Erval Grande, RS – 2007) ---------------------------------------------------------------------------- 13) Condenado por maltratar cavalo (Florianópolis, SC - 2009) Acusação: maltrato a cavalos que utilizava como animais de tração. Na ação, o Promotor de Justiça Rui Arno Richter, relata que, em abril de 2008, Elias fazia mudança do Bairro Campeche para o Bairro Santa Mônica, com uma carroça puxada por dois cavalos, quando um deles caiu e não teve forças para levantar. O caso teve repercussão na mídia catarinense. Laudo veterinário posterior apontou que o animal estava anêmico, debilitado, com lesões no corpo e sem a proteção de ferraduras. ----------------------------------------------------------------------------- 14) Matou cão abandonado a facadas (São Marcos, RS - 2009) ----------------------------------------------------------------------------- 15) casal abandona vira-lata que morreu (Cascavel, PR - 2009) Fonte: Folha de S.Paulo. |
Colaboraram: Sônia Fonseca (Fórum Nacional de Proteção Animal), Irvênia Prada (Veterinária Solidária Honorária) e Laerte Levai (Promotor Público especializado em Direito Animal).
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Calotas polares leste e oeste da Antártida derretem, mostra pesquisa
A calota polar da parte oriental do continente antártico está afundando, assim como a parte ocidental, segundo um estudo publicado pela revista "Nature Geoscience".
As calotas polares retêm enormes quantidades de água em forma de gelo. O degelo total da calota da Groenlândia (próxima ao polo Norte) provocaria uma elevação do nível dos mares de quase sete metros, e o desaparecimento da calota antártica (polo Sul) uma alta superior a 70 metros.
"Nossos resultados mostram que a calota polar do oeste do continente antártico perde gelo a um ritmo acelerado desde 2005 ou 2006, enquanto o leste do continente deu sinais do mesmo tipo durante o período", afirma o estudo.
"Estas mudanças são atribuídas a uma aceleração da perda de gelo nas regiões costeiras do leste do continente antártico", destacam os autores.
Antes de chegar a este resultado, que implica uma alta mais intensa do que o previso do nível dos mares em um futuro próximo, os cientistas colaboradores de Jianli Chen, da Universidade do Texas, em Austin (EUA), examinaram sete anos de dados transmitidos pelos dois satélites Grace entre abril de 2002 e abril de 2009.
Para o oeste da Antártida, a perda anual está avaliada em 132 gigatoneladas anuais, com uma incerteza de 26 gigatoneladas; para a parte oriental do continente, a perda é de menos de 57 gigatoneladas anuais, com uma incerteza de 52 gigatoneladas.
Até agora, a parte oriental da calota polar era considerada em equilíbrio, com uma leve alta.
"A Antártida em breve pode contribuir de maneira significativa para a alta do nível dos mares", concluem os autores do estudo.
Fonte: France Presse
Data: 24/11/2009 05:10:33
domingo, 22 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
ABAIXO ASSINDADO DA CAMPANHA TICTACTICTAC
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Na última sexta-feira foram enviados os formulários do abaixo-assinado da Campanha TicTacTicTac. Ao todo, contribuímos com 4.190 assinaturas mas esse número poderá subir pois ainda temos formulários não entregues e uma outra ONG também enviou diretamente para a sede da campanha em Sâo Paulo o que coseguiu coletar.
O número parece pequeno mas vamos lembrar que tivemos pouco tempo e trabalhamos, basicamente, na cidade de Vila Velha.
Fica o meu agradecimento a todos os envolvidos nessa importante campanha e vamos lembrar que a luta ainda não acabou. Estaremos agora focados na mobilização global do dia 12/12, exatamente no meio da semana da COP15, como uma forma de pressão contra alguns países que não tem interesse no novo acordo climático.
Um agradecimento às escolas e entidades que nos apoiaram:
- Faculdade Metodista
- FAMOPES
- MOVIVE
- Shopping Praia da Costa
- Prefeitura Municipal de Cariacica
- Colégio Marista
- Escola CONTEC
- Coléio UP
- Restaurante Comida Lignt, que nos apoiou cedendo espaço para nossas reuniões
- Papelaria Praia da Costa
- Extraplus
- Associação dos Moradores da Praia da Costa
Também o meu agradecimento a nossa equipe que nos apoiou no Shopping Praia da Costa:
- Terezinha Lacerda
- Márcia Moraes
- Dilma Olímpio
- Sr. Motta
- Bia Sônia
- Delza Lombardi
- Mayara
- Yara Carvalho
- Ricardo Galleta
- Goreti Rocha
- Teresinha Lorezon
- Todo o pessoal do gabinete do Dep. Claudio Vereza
Também temos que agradecer a alguns veículos de comunicação que divulgaram a campanha:
- Jornal Século Diário
- Programa Espaço Capixaba - TV Capixaba
- Rádio América
- Rádio Praia da Costa
Outro agradecimento ao grupo que tem participado de nossas reuniões de planejamento:
- Pr. Adahyr Cruz
- Prof. Francisco Cetrullo
- Terezinha Lacerda
- Yara Carvalho
- Claudio Vereza e Gabinete
Um muito obrigado também para a Tribo da Paz (Danças Circulares), o Perna de Pau e a Biodança que estiveram presentes conosco apoiando a manifestação do dia 24/10, a maior da história dos movimentos ambientais com 179 países envolvidos e mais de 4.000 eventos no mesmo dia.
Obridado também à Dra Elza pelo empenho em recolher assinaturas e a equipe da Caixa Econômica Federal pela boa vontade em apoiar nosso evento. Também não podemos nos esquecer da Loja dos Tênis que nos ajudou guardando nosso material de campanha e das Óticas do Povo, bem como a Livraria Saraiva que nos apoiaram colhendo assinaturas.
Também o muito obrigado às pessoas e empresas abaixo que contribuiram recolhendo assinaturas:
- Dr. Abraão Mendes
- Conceição Haddad
- Salão de Beleza Christina
- Curso de Inglês Wisdom
- Curso de Inglês CNA
- Marzen
Esse útimo vai para Karina Bertazo, Bióloga de Aracruz que, mesmo distante, tem se dado para a campanha, chegou a fazer uma camisa somente para a camapanha. Também um agradecimento a Terezinha Lacerda que ajudou a segurar a barra comigo nas horas difíceis. E como tivemos horas difíceis nessa campanha.
Espero não ter me esquecido de ninguém, estou tentanto puxar agora pela memória, não me levem a mal por favor.
E vamos seguir juntos pois o trabalho está apenas começando.
Mais uma vez o meu Muito Obrigado.
Sylas Motta
Mudanças climáticas e mudanças de postura
21/11/2009 - 04h11
Por Eduardo Van Roost*
Entre 7 e 18 de dezembro, a cidade de Copenhague, capital da Dinamarca, receberá representantes de 191 países na COP-15 (15ª. Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), que buscará um novo acordo climático para reduzir as emissões de gases do “efeito estufa” depois de 2012, quando termina o primeiro período de compromissos do Protocolo de Kyoto. A questão do aquecimento global vem sendo debatida há décadas, mas os alarmes voltaram a soar em 2007, quando o IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), divulgou seu 4º. relatório, com um “alerta vermelho”: para que as alterações climáticas não fiquem completamente fora do controle, a temperatura da Terra não poderá aumentar mais do que 2º.C até o final deste século. Para isso, será preciso reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, entre 50% e 85% até 2050!
Os desafios são, portanto, enormes. Aos países industrializados, maiores e mais antigos emissores, cabe o maior grau de redução; mas hoje também os emergentes não devem fugir às suas responsabilidades. Apesar das dificuldades de se chegar a um consenso global na COP-15, principalmente devido às resistências dos EUA e da China, governos, ongs e milhares de profissionais envolvidos com o meio ambiente estão esperançosos. Entre eles, o Brasil, que acredita num acordo e tomou a iniciativa de propor a redução entre 36% e 39% das emissões de gases de efeito estufa no País até 2020. Isso deverá ocorrer principalmente pela redução do desmatamento, mas também pelo consumo responsável dos cidadãos, como o descarte do lixo, e pela adoção de políticas públicas de reciclagem.
A conferência de Copenhague é uma excelente oportunidade para que nós, brasileiros – empresários, cidadãos e governantes –, façamos algumas reflexões sobre nossas atitudes em relação ao meio ambiente. As empresas devem ter uma gestão orientada para a sustentabilidade do negócio, procurando fazer investimentos em tecnologias “verdes”, pesquisas e ações integradas com a comunidade nas quais estão inseridas, além de programas socioambientais consistentes. Já a população deve refletir sobre seus hábitos cotidianos, evitando o consumo desenfreado – que aumenta a quantidade do descarte de embalagens e, de lixo –, procurando modos adequados de descartá-lo sem prejudicar o ambiente. E o governo deveria implementar seriamente uma política ampla de reciclagem, tanto do lixo doméstico quanto do industrial.
A questão do lixo é um grande problema para o mundo, especialmente nos grandes centros urbanos. Quem não se lembra do caos provocado em 2008 em Nápoles, na Itália, pela ausência de coleta do lixo durante meses? Na verdade, o excesso de lixo é produto de uma “necessidade” criada pelo consumismo desenfreado, em que tudo precisa ser descartável. O problema é agravado em países emergentes como o Brasil, cujo crescimento ocorre de maneira desordenada. Aqui, na maioria das vezes, o lixo é transportado para imensos depósitos a céu aberto, sem qualquer cuidado sanitário. Em alguns casos ele é encaminhado para os aterros controlados, que garantem um pouco mais de segurança em relação ao manejo e controle de doenças.
Pensar no planeta como a extensão da nossa casa pode ajudar na preservação do ecossistema e na redução de gases de efeito estufa. Pequenas mudanças de postura devem ser um ponto de partida. Separar o lixo para reciclagem, plantar árvores, adotar a prática de consumo responsável, utilizar tecnologias para reduzir as agressões ao meio ambiente, não desmatar as florestas e incentivar ações sustentáveis são mudanças pontuais, mas essenciais. Se cada um fizer a sua parte, poderemos deixar aos nossos filhos um mundo bem melhor do que o que recebemos.
* Eduardo Van Roost é empresário e diretor da Res Brasil, empresa especializa em embalagens com ciclo de vida útil controlado
Cada brasileiro emite por ano 10 toneladas de CO2, informa Inpe
21/11/2009 - 04h11
Por Priscilla Mazenotti, da Agência Brasil
Cada brasileiro é responsável pela emissão de 10 toneladas de gás carbônico (CO2) por ano, em média. O número é duas vezes maior do que a média mundial. Os dados são da Rede-Clima, ligada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Somos o país em desenvolvimento com a maior média mundial”, disse Carlos Nobre, um dos coordenadores da Rede-Clima, ao participar de comissão geral na Câmara para discutir a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15). O encontro será realizado em dezembro, em Copenhague (Dinamarca).
A meta é de que a média mundial de emissão de CO2 seja de 1,2 tonelada por ano até 2050, para que a temperatura global não aumente 2 graus Celsius (°C). “Ela já subiu 0,8°C nos últimos 100 anos. Falta 1,2°C. Já chegamos muito próximo do limite”, disse Carlos Nobre.
Na avaliação do diretor executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Coelho Fernandes, a estratégia brasileira para reduzir a emissão de gases de efeito estufa deve partir de dois pontos básicos: do uso de uma matriz energética limpa e da redução do desmatamento, principal fonte de emissão de CO2 no país.
“Temos de buscar o abatimento das emissões que seja o mais barato. O Brasil tem condições de implantar mitigação de baixo custo. O combate ao desmatamento deve ser a decisão número um”, defendeu.
O embaixador extraordinário para Mudanças Climáticas do Ministério das Relações Exteriores, Sérgio Serra, disse que a meta brasileira de redução de gases de efeito estufa foram recebidas com tranquilidade na reunião que antecedeu a COP-15. “Acho que daqui até Copenhague vamos ter de fazer muitas consultas para saber o que se espera, mas o Brasil está muito tranquilo. O anúncio dos números foi muito bem recebido”, afirmou.
A meta brasileira de redução dos gases é de 36,1% a 38,9%, até 2020. (Edição: Juliana Andrade)
MUDANÇA CLIMÁTICA: Saúde em perigo
21/11/2009 - 05h11
Por Patrícia Grogg, da IPS
Havana, 20/11/2009 – O impacto da mudança climática na saúde humana requer a promoção de novos enfoques de desenvolvimento, mediante programas de mitigação e adaptação coerentes com políticas que assegurem o acesso eqüitativo aos serviços sanitários. Essa foi uma das conclusões de um painel sobre o tema realizado no Fórum Global de Pesquisa para a Saúde, que começou segunda-feira e termina hoje em Havana, com participações de acadêmicos e especialistas de Brasil, Estados Unidos, Canadá, Suíça, Espanha, Austrália, México, Alemanha, Grã-Bretanha, Índia e Japão, entre outros países.
A mudança climática é uma oportunidade que todos temos, não apenas os pesquisadores, para fortalecer os sistemas de saúde pública com os recursos que estão disponíveis, afirmou Gilma Mantilla, do Instituto de Pesquisa Internacional para o Clima e a Sociedade, da Universidade de Columbia (EUA). Esta especialista, uma das participantes da mesa dedicada à “mudança climática, inovação e igualdade perante a saúde”, acrescentou que existem atualmente de 20 a 25 enfermidades infecciosas que podem ter uma alta relação com o clima, como malária, meningite meningocócica, dengue e influenza.
Mantilla disse também que, pelas tendências de mudança, dentre de 20 ou 50 anos haverá uma nova distribuição geográfica de diferentes doenças. Como exemplo, citou que o aumento das temperaturas pode gerar condições para o deslocamento dos vetores da malária para regiões onde essa enfermidade nunca foi registrada.
Um informe deste ano sobre financiamento da pesquisa e do desenvolvimento no âmbito sanitário, que circula na conferência, alerta que as populações mais pobres do planeta são sempre as mais vulneráveis diante das ameaças que representam os efeitos da mudança climática na saúde. As necessidades desses setores são as últimas a serem levadas em conta, reconhece o texto preparado pelo Global Forum for Heath Reserch, uma organização internacional independente com sede em Genebra que realiza estes encontros para promover o diálogo sobre pesquisas na área sanitária.
O informe alerta que a pesquisa para promover, proteger e restabelecer a saúde nesses segmentos vulneráveis das populações não pode ser considerado um luxo nem um aspecto secundário, mas “literalmente um assunto de vida ou morte”. Acrescenta que as disparidades em matéria de saúde entre os países ricos e pobres são significativas e, em boa parte, devidas à falta de investimento no desenvolvimento em geral e de melhorias no sistema sanitário para torná-lo mais eqüitativo e acessível a setores de escassos recursos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), uma das instituições que apoio o Global Forum, concorda eu as repercussões do clima na saúde humana não se distribuirão uniformemente no mundo e aponta como “especialmente vulneráreis” moradores de pequenos Estados insulares, zonas áridas e costeiras densamente povoadas. Por sua vez, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) diz em seu informe anual apresentado na véspera que a mudança climática ameaça agravar a pobreza e pressionar grupos marginalizados e vulneráveis com dificuldades maiores.
“Os lares pobres são especialmente vulneráveis à mudança climática porque sua baixa renda lhes dá escasso ou nenhum acesso a serviços de saúde ou outros mecanismos mínimos de segurança social que os proteja contra as ameaças decorrentes das condições voláteis”, afirma o estudo. O UNFPA diz também que a mudança climática apresenta “potencial” para se contrapor aos tão duramente obtidos progressos das últimas décadas e o progresso para o êxito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) acordados pelos governantes em 2000 em sessão especial da Organização das Nações Unidas.
Os ODM propõem de maneira prioritária e prazo até 2015, tomando por base indicadores de 1990, erradicar a pobreza extrema e a fome, garantir a educação universal de meninos e meninas e reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna e combater o HIV/aids, a malária e outras doenças, além de garantir a sustentabilidade ambiental.
Cientistas especializados em clima concordam que o aquecimento do planeta se deve aos gases de efeito estufa lançados na atmosfera em consequência das atividades de populações humanas cada vez mais opulentas, particularmente nas nações industrializadas. O documento do UNFPA é divulgado pouco antes da 15ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 15), que acontecerá de 7 a 18 de dezembro em Copenhague, onde se buscará chegar a um novo tratado de redução de emissões contaminantes após expirar o Protocolo de Kyoto, em 2012. (IPS/Envolverde)
MUDANÇAS CLIMÁTICAS: 30% dos consumidores ignoram o problema
21/11/2009 - 04h11
Pesquisa da Market Analysis aponta como a temática mudanças climáticas é percebida pelos brasileiros
O estudo Barômetro Ambiental realizado pelo 3° ano consecutivo pela empresa de pesquisa de mercado e opinião, Market Analysis, revela uma contradição importante entre os consumidores a respeito da questão das mudanças climáticas.
Se por um lado 86% o consideram “muito sério” o problema das mudanças climáticas ou aquecimento global devido ao efeito estufa; por outro lado, surpreendentemente, quando o assunto é o que cada individuo fez no último ano para tentar reduzir o seu impacto nas mudanças climáticas, mais de um em cada 4 (27%) informaram nada terem feito, e outro 3% simplesmente não lembra ou diz não saber, revelando nulo engajamento nulo em 1 em cada 3. Os dados revelam que o consumidor brasileiro apesar de se mostrar consciente ainda realiza de forma muito lenta a mudança pessoal de hábitos.
O levantamento mostra que entre as principais preocupações ambientais dos brasileiros a “mudanças climáticas ou aquecimento global devido ao efeito estufa” aparece em 5° no ranking de preocupação, atrás da poluição da água que ocupa o topo do ranking, a poluição do ar em segundo, dividem a terceira posição a escassez de água potável e a diminuição dos recursos naturais e em quarto a emissão dos gases dos automóveis.
“As mudanças climáticas já estão instaladas na cabeça do consumidor como problema do agora, e não do amanhã” comenta Fabián Echegaray, diretor da Market Analysis, “mas elas não estão ainda instaladas com igual força no bolso e no cálculo de compra do consumidor”.
Ações realizadas pelo consumidor
Entre as principais ações realizadas pelos consumidores brasileiros na intenção de minimizar seu impacto nas mudanças climáticas a reciclagem de lixo desponta com 16%, o que mostra que o princípio dos “três erres” reduzir, reutilizar e reciclar começa a ser incorporado de forma efetiva.
11% economizaram no uso da água, o que pode ser efeito das campanhas nacionais na mídia sobre a conscientização do desperdício e a preocupação com a escassez da água potável, 10% reduziram o consumo de energia em casa, 8% não joga lixo nas ruas e 7% declaram que não agridem o meio ambiente, ou seja, por não realizarem atividades ambientalmente condenáveis, como fazer queimadas, derrubar árvores, desrespeitar leis ambientais, não poluir a água de forma geral, acreditam que estejam fazendo a sua parte para reduzir seu impacto individual nas mudanças climáticas.
Ambos com 4% cada “participou de debates/projetos ambientais comunitários” e “usaram transporte público/carona/caminhou ou andou de bicicleta”. O uso da bicicleta, por exemplo, não só contribui para a redução das emissões de CO² como também para o menor uso do solo – um dos sérios problemas que as grandes cidades enfrentam atualmente. Quanto mais espaço for necessário para ruas, estacionamentos e garagens, maior será a carência de áreas verdes, que tanto contribuem para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Outros resultados do estudo mostram que 2% utilizaram a ferramenta que mensura a “pegada de carbono” que faz um cálculo aproximado de quanto à pessoa consome dos recursos naturais em suas atividades diárias.
Com apenas 1% cada: “comprou alguma coisa que ajuda a reduzir as mudanças climáticas”, “falou com amigos, família ou colegas sobre prevenir as mudanças climáticas” e “abasteceu seu carro com combustível que produz menos gases” o que reforça a quarta ocupação deste tópico, emissão dos gases dos automóveis, no ranking de preocupação.
Ações simples para reduzir o consumo de energia que já poderiam ter sido incorporadas entre os novos hábitos dos consumidores conscientes, foram realizadas por menos de 1% cada, a “compra de eletrodomésticos energeticamente eficientes” e a “compra de lâmpada energeticamente eficiente”.
Apesar do aumento considerável de exposição da temática na mídia menos de 1% dos respondentes, “não procurou informações sobre como prevenir o aquecimento global”, e ainda na mesma faixa, menos de 1% cada, “viajou menos”, “encorajou a empresa onde trabalha ou seu chefe a ajudar a prevenir as mudanças climáticas” e “participou/apoiou algum projeto de reflorestamento”.
A pesquisa Barômetro Ambiental 2009 foi realizada com 835 adultos (18 a 69 anos) nas nove principais capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Goiânia. Entrevistas realizadas face-a-face no domicílio do entrevistado. Estudo realizado no Brasil em julho 2009. Margem de erro de referência: +/- 3,4%.
(Envolverde/Assessoria)