21/11/2009 - 04h11
Pesquisa da Market Analysis aponta como a temática mudanças climáticas é percebida pelos brasileiros
O estudo Barômetro Ambiental realizado pelo 3° ano consecutivo pela empresa de pesquisa de mercado e opinião, Market Analysis, revela uma contradição importante entre os consumidores a respeito da questão das mudanças climáticas.
Se por um lado 86% o consideram “muito sério” o problema das mudanças climáticas ou aquecimento global devido ao efeito estufa; por outro lado, surpreendentemente, quando o assunto é o que cada individuo fez no último ano para tentar reduzir o seu impacto nas mudanças climáticas, mais de um em cada 4 (27%) informaram nada terem feito, e outro 3% simplesmente não lembra ou diz não saber, revelando nulo engajamento nulo em 1 em cada 3. Os dados revelam que o consumidor brasileiro apesar de se mostrar consciente ainda realiza de forma muito lenta a mudança pessoal de hábitos.
O levantamento mostra que entre as principais preocupações ambientais dos brasileiros a “mudanças climáticas ou aquecimento global devido ao efeito estufa” aparece em 5° no ranking de preocupação, atrás da poluição da água que ocupa o topo do ranking, a poluição do ar em segundo, dividem a terceira posição a escassez de água potável e a diminuição dos recursos naturais e em quarto a emissão dos gases dos automóveis.
“As mudanças climáticas já estão instaladas na cabeça do consumidor como problema do agora, e não do amanhã” comenta Fabián Echegaray, diretor da Market Analysis, “mas elas não estão ainda instaladas com igual força no bolso e no cálculo de compra do consumidor”.
Ações realizadas pelo consumidor
Entre as principais ações realizadas pelos consumidores brasileiros na intenção de minimizar seu impacto nas mudanças climáticas a reciclagem de lixo desponta com 16%, o que mostra que o princípio dos “três erres” reduzir, reutilizar e reciclar começa a ser incorporado de forma efetiva.
11% economizaram no uso da água, o que pode ser efeito das campanhas nacionais na mídia sobre a conscientização do desperdício e a preocupação com a escassez da água potável, 10% reduziram o consumo de energia em casa, 8% não joga lixo nas ruas e 7% declaram que não agridem o meio ambiente, ou seja, por não realizarem atividades ambientalmente condenáveis, como fazer queimadas, derrubar árvores, desrespeitar leis ambientais, não poluir a água de forma geral, acreditam que estejam fazendo a sua parte para reduzir seu impacto individual nas mudanças climáticas.
Ambos com 4% cada “participou de debates/projetos ambientais comunitários” e “usaram transporte público/carona/caminhou ou andou de bicicleta”. O uso da bicicleta, por exemplo, não só contribui para a redução das emissões de CO² como também para o menor uso do solo – um dos sérios problemas que as grandes cidades enfrentam atualmente. Quanto mais espaço for necessário para ruas, estacionamentos e garagens, maior será a carência de áreas verdes, que tanto contribuem para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Outros resultados do estudo mostram que 2% utilizaram a ferramenta que mensura a “pegada de carbono” que faz um cálculo aproximado de quanto à pessoa consome dos recursos naturais em suas atividades diárias.
Com apenas 1% cada: “comprou alguma coisa que ajuda a reduzir as mudanças climáticas”, “falou com amigos, família ou colegas sobre prevenir as mudanças climáticas” e “abasteceu seu carro com combustível que produz menos gases” o que reforça a quarta ocupação deste tópico, emissão dos gases dos automóveis, no ranking de preocupação.
Ações simples para reduzir o consumo de energia que já poderiam ter sido incorporadas entre os novos hábitos dos consumidores conscientes, foram realizadas por menos de 1% cada, a “compra de eletrodomésticos energeticamente eficientes” e a “compra de lâmpada energeticamente eficiente”.
Apesar do aumento considerável de exposição da temática na mídia menos de 1% dos respondentes, “não procurou informações sobre como prevenir o aquecimento global”, e ainda na mesma faixa, menos de 1% cada, “viajou menos”, “encorajou a empresa onde trabalha ou seu chefe a ajudar a prevenir as mudanças climáticas” e “participou/apoiou algum projeto de reflorestamento”.
A pesquisa Barômetro Ambiental 2009 foi realizada com 835 adultos (18 a 69 anos) nas nove principais capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Goiânia. Entrevistas realizadas face-a-face no domicílio do entrevistado. Estudo realizado no Brasil em julho 2009. Margem de erro de referência: +/- 3,4%.
(Envolverde/Assessoria)
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