segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

No rádio, Lula critica posição dos EUA na COP-15

21/12/2009 às 11h26 - Atualizado em 21/12/2009 às 11h27

Agência Estado

São Paulo - A Conferência das Nações Unidas para as mudanças climáticas (COP-15) foi o tema principal abordado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no programa semanal de rádio "Café com o Presidente". O presidente criticou a posição dos EUA nessa conferência. De acordo com ele, os Estados Unidos, que não são signatários do Protocolo de Kyoto, mandaram uma meta para o Congresso Nacional (que é a diminuição de 17% até 2020, em relação ao nível de 2005), da emissão de gases de efeito estufa. "Se você pegar a data-base, que é o Protocolo de Kyoto, 1990, significa que os Estados Unidos estão propondo a redução de apenas 4%. É muito pouco", disse Lula no rádio.

Segundo Lula, o que aconteceu é que os Estados Unidos, ao tomarem essa atitude, fizeram com que muitos países europeus e mais o Japão, que são signatários do Protocolo de Kyoto, quisessem acabar com este protocolo e também não tivessem mais os compromissos com metas e com o financiamento, "o que era muito grave". E lembrou que os maiores culpados pelo aquecimento global são os países mais industrializados: "Eles começaram a poluir muito tempo antes do Brasil, da China, da Índia e de outros países, porque há 200 anos eles já são industrializados."

Apesar das críticas, o presidente citou que depois de muita tensão, houve um acordo entre China, Índia, África do Sul, Brasil e Estados Unidos, que resolveu o problema do Protocolo de Kyoto. E será preciso, até o encontro no México em 2010, que todos definam uma política mundial para combater o aquecimento global.

Ao falar da participação do Brasil neste fórum, o presidente disse que o País estabeleceu uma meta de redução de emissões de gases de efeito estufa, até 2020, de 36,1% a 38,9%. "Ao mesmo tempo, nós resolvemos diminuir o desmatamento na Amazônia em 80%, até 2020." Além disso, citou a diminuição do desmatamento no Cerrado, a utilização do carvão vegetal e não mineral na siderurgia e o fato de o Brasil utilizar a matriz energética mais limpa do mundo. "O Brasil estava totalmente à vontade. O Brasil foi considerado, durante todo o encontro, como o país que apresentou a melhor proposta, como o País que trabalhou isso corretamente. E, graças a Deus, a decisão do governo que nós enviamos ao Congresso foi aprovada, e agora é lei. Portanto, já não é mais a vontade do presidente Lula. Agora, quem quer que governe este País, vai ter que cumprir."

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